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Lisandra Oliveira, Camila Cordeiro, Ana Carolina

ETAPAS DE UMA CONSTRUÇÃO II


Continuando nossa série sobre as Etapas de uma Construção, vamos conhecer os principais conceitos, técnicas, decisões e curiosidades sobre a construção da alvenaria e da cobertura.


ALVENARIA


Qual a diferença entre alvenaria estrutural e alvenaria de vedação?

A alvenaria de vedação, como o próprio nome diz, tem função de vedar, dividir e fechar os ambientes entre vigas e pilares, suportando apenas seu próprio peso.

Já a alvenaria estrutural, diferentemente da alvenaria de vedação, as próprias paredes fazem a função estrutural e de sustentação da casa. O tipo de bloco e material a serem empregados se difere de uma alvenaria para outra. É preciso que um profissional analise qual alternativa melhor se adeque a sua obra.



1- ALVENARIA DE VEDAÇÃO: MARCAÇÃO DA PRIMEIRA FIADA

A primeira fiada (primeira fileira horizontal dos tijolos) será referência para as demais, por isso a excelência em sua execução é tão importante. Mangueira de nível, nível de bolha, prumo, esquadro, linha de nylon, régua, todos esses instrumentos são utilizados neste processo. A superfície que receberá a alvenaria deve ser limpa, escovada e chapiscada. Após os procedimentos, é feita a molhagem do alinhamento e o assentamento da primeira fiada.




2- ELEVAÇÃO

Com a primeira fiada definida e executada, começa-se o processo de elevação das paredes. Os alinhamentos horizontais e verticais devem ser constantemente verificados durante a elevação.

A espessura das juntas dos tijolos interfere no desempenho da parede e devem ter em torno de 10mm.


Juntas pouco espessas: Mau desempenho do conjunto pela redução da capacidade de absorver deformações. Mínimo = 8 mm.


Juntas muito espessas: Causam queda na resistência mecânica da alvenaria e maior consumo de argamassa. Máximo = 18 mm.


Recomenda-se que todas as fiadas devem ser amarradas. Ao iniciar uma fiada com bloco inteiro, a posterior deve ser iniciada com meio bloco. Assim, as juntas verticais ficam interrompidas de uma fiada pra outra. Os blocos ficarão intercalados e as paredes mais resistentes. Mas não se esqueça de alinhar e nivelar cada bloco.



Dispositivos de amarração da alvenaria aos pilares

O objetivo é criar uma ligação que impeça o descolamento da alvenaria em relação ao pilar e, ao mesmo tempo, reduza as tensões na argamassa de assentamento.

Os chamados “ferros-cabelo” é um tipo de dispositivo utilizado com essa finalidade. Eles são chumbados ao pilar a cada duas fiadas.



Outro dispositivo é a tela galvanizada de fios de 1,65 mm, com malha de 15 x 15 mm. O tamanho da tela deve ser proporcional à largura da parede. O comprimento total da tela padrão é de 50 cm, ficando com dobra de 10 cm para cima junto ao pilar e outra dobra de 40 cm assentada na junta horizontal entre os blocos. É utilizada a cada duas fiadas.

Abertura dos vãos, vergas e contravergas:

Os tijolos serão assentados deixando os vãos de portas e janelas, de acordo com o projeto. Vergas e contravergas devem ser feitas na parte superior e inferior das janelas, e nas portas, na parte superior. Elas são fundamentais e serão responsáveis por distribuir o peso para as laterais, aliviando as cargas sobre os vãos e evitando que surjam trincas e fissuras.

Essas minivigas podem ser feitas no próprio local (in loco) ou podem ser pré-fabricadas e devem exceder a largura do vão pelo menos 20 cm de cada lado e ter altura mínima de 10 cm.



3- ENCUNHAMENTO

O encunhamento é basicamente o preenchimento do espaço entre a última fiada e a laje. Pode ser feito de várias maneiras dependendo da situação e necessidade. O profissional irá analisar e escolher a melhor opção.


Tipos de encunhamento:


Encunhamento com tijolos maciços a 45º ou com cunhas de concreto pré-fabricadas. Nesse caso, é necessário deixar um espaço mínimo de 15 cm entre estrutura e alvenaria.



Preenchimento com espuma expansiva de poliuretano. Nesse caso, o espaço entre estrutura e alvenaria deve ser inferior a 5cm.


Imagem: Fabrício Rossi | via Pinterest


Preenchimento com a própria argamassa de assentamento.



4- FUROS DAS INSTALAÇÕES EMBUTIDAS NA PAREDE

Para fazer a instalação elétrica e hidráulica, as marcações e rasgos na parede devem ser feitas de acordo com o projeto elétrico e hidráulico, com discos de corte ou com ponteiro e talhadeira bem afiada. Os cortes devem ser feitos a fim de causar menos dano e desperdício possível. Assim, serão embutidos todos os conduítes, caixas de passagem, canos e ralos.

O ideal é que as tubulações elétricas passem pelos furos dos tijolos com aberturas verticais, a fim de evitar desperdício de material com o rasgo da parede e economizar mão de obra. Porém, o mais comum é executar o rasgo na alvenaria.

A passagem da fiação elétrica é feita geralmente depois do reboco e antes da pintura.



Projeto elétrico e hidrossanitário

Ambos os projetos estão na carta de serviços da Edifica Consultoria e são realizados com muito profissionalismo e excelência. São investimentos capazes de dimensionar corretamente toda a rede hidráulica, de saneamento e também a rede elétrica, evitando inúmeros problemas futuros em sua obra e facilitando manutenções posteriores.



5- REVESTIMENTO DAS PAREDES

Para melhor aderência da argamassa aos blocos, primeiramente deve ser feito o chapisco.

O emboço é a argamassa apenas sarrafeada na parede, regular e áspera. Essa característica melhora a aderência da argamassa de revestimento de pisos e cerâmicas

O reboco é o acabamento liso, plano e regular. Após essa etapa, a parede está pronta para receber tintura, papel de parede e demais acabamentos.




6- MARCO, CONTRAMARCO E PEITORIL

O MARCO ou CAIXONETE é a parte fixa das portas ou janelas que guarnece o vão e recebe as dobradiças. Geralmente é feito de madeira e atua como um suporte para a instalação da esquadria.



Já o CONTRAMARCO é a moldura de alumínio que também tem como função servir de base para a fixação de portas e janelas de alumínio. A esquadria será instalada por dentro do marco ou contramarco, que por sua vez será chumbado na parede. Eles ajudam na padronização de medidas, acabamento e vedação do vão.




PEITORIL é a parte fixa no inferior das janelas. A altura do peitoril, bem como a altura das janelas, devem ser definidas no projeto arquitetônico.

Geralmente os peitoris são feitos de pedras de granito, mármore ou ardósia. Tem como função dar acabamento e também de evitar que a água da chuva não manche a parede.

O peitoril para áreas externas deve possuir o formato de pingadeira, sobrando para fora da parede e possuindo um corte. Isso irá evitar que a água da chuva escorra pela alvenaria. É muito importante para evitar infiltrações externas no seu imóvel. Além disso, também deve possuir certa declividade para baixo, para não acumular água.

Fonte: cec.com.br


COBERTURA


Após finalizada a estrutura e a alvenaria, a obra recebe a cobertura, que é o telhado ou a laje superior, responsável, principalmente, por proteger os ambientes internos das ações externas, como chuva, sol e ventos.


DEFINIÇÃO DO TIPO DE COBERTURA

A definição do tipo de cobertura que será utilizada é feita pelo responsável pelo projeto - o arquiteto ou o engenheiro. Todo planejamento da cobertura é feito de forma que a mesma funcione perfeitamente, evitando goteiras, aquecimento excessivo e outros prejuízos.


As coberturas podem ser divididas em 2 grupos principais:

Telhado inclinado:

Caracterizado pela inclinação e justaposição de telhas;

Inclinação ajuda no escoamento eficiente da água;

Não exige impermeabilização;

Não tem participação estrutural.

Laje plana:

Caracterizada pela continuidade da superfície;

Pode ter fissuração do concreto;

Exige impermeabilização;

Tem participação estrutural;




TELHADO INCLINADO


Existem vários tipos de telhados que, inclusive, ajudam a definir o estilo da construção. No geral, a estrutura do telhado é composta de madeira com uma cobertura de telhas que variam em material, peso, tamanho, cor, qualidade, etc.


ATENÇÃO! É imprescindível que o seu telhado seja feito por um profissional qualificado!


Mas você sabe quais partes compõem um telhado e qual o papel de cada uma delas para mantê-lo em pé? As principais são:

TESOURA: Primeira parte construída, colocada para fechar o vão transversal que forma pela inclinação das diferentes águas, e que ficam, por sua vez, nas extremidades do ponto mais alto da construção.

TERÇAS: São colocadas longitudinalmente sobre as tesouras e possuem a função de preencher o vão entre as partes que sustentam o telhado.

CAIBROS: Colocados perpendicularmente às terças e para ter maior sustentação.

RIPAS: Paralelas às terças, em cima dos caibros e em espaçamentos menores. A quantidade delas depende do tamanho, tipo e peso da telha.

ÁGUA: Determinadas pelas superfícies inclinadas do telhado, que fazem o escoamento das águas da chuva.

BEIRAL: Projeção da estrutura do telhado para fora do alinhamento da parede, evitando que a água caia diretamente na parede.

CUMEEIRA: Ponto mais alto do telhado. Divide as águas, direcionando a água para os pontos de escoamento.

ESPIGÃO E ÁGUA FURTADA: Aresta que delimita o encontro de duas águas, formando um ângulo saliente para fora - espigão - ou para dentro - água furtada.

RUFO: Colocado em locais onde há encontro de telhado e parede.

FIADA: Fileira de telhas dispostas na direção da largura.



IMPORTÂNCIA DE UMA INCLINAÇÃO CORRETA

O caimento do telhado não é feito de forma aleatória. Um fator muito importante e que tem um impacto direto na inclinação é o tamanho das telhas utilizadas. Quanto maior elas forem, menor será a inclinação necessária para aplicar no telhado, e vice-versa.

É importante ressaltar que cada telha possui sua inclinação própria, determinada pelo fabricante. A unidade da inclinação de um telhado não é dada por ângulos, e sim por porcentagem.


Já reparou que em lugares frios os telhados são mais inclinados?

Nos países que nevam, o telhado precisa ser bem inclinado para que a neve não se acumule no telhado e o peso afunde a estrutura.



Imagem da galeria do Canva


LAJE PLANA


Esse tipo de cobertura fica, na verdade, embutida atrás do prolongamento da parede da casa ou de muretas nas bordas da laje de cobertura – chamadas de platibandas.




Essa parte que fica escondida pode ser constituída de placas de amianto ou de concreto. No caso da telha de amianto ou similar a inclinação precisa ser de 10%, com uma calha nas pontas. Já as placas de concreto, necessitam de apenas 2% de inclinação, e na ponta é feito um ralo ao invés da calha.


ATENÇÃO! Existem vários tipos de laje que podem variar de acordo com a função da construção, mas em todas elas é necessário a presença de um sistema de impermeabilização. O concreto não é um material 100% impermeável, por isso esse sistema tem como principal objetivo proteger o concreto e a armadura da laje.


É possível construir em laje?

No geral, não. Se você desejar realizar acréscimos na área da laje, estará ferindo o projeto arquitetônico aprovado pela Prefeitura. E isso leva a obra à ilegalidade. Porém, a lei sobre a construção de novas dependências numa cobertura varia de cidade para cidade. Na cidade de Viçosa o Código de Obras ressalta:


Art. 21 [...] toda e qualquer obra dependerá obrigatoriamente de licença para execução, inclusive:

[...]

II - reformas que determinem acréscimo ou decréscimo na área construída do imóvel, ou que afetem os elementos construtivos e estruturais que interfiram na segurança e estabilidade das construções;


CURIOSIDADE!

Mesmo em coberturas feita com telhas, alguns imóveis possuem a laje como forma de manter uma temperatura mais agradável no interior da edificação



Surgiu alguma dúvida? Gostaria de fazer alguma observação sobre o conteúdo? Comente e compartilhe com a gente!

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